A hora da chegada
É hora da partida
De tantos encontros e desencontros
Não houve saída que nos protegesse da chuva em nossas retinas
Silêncio do adeus
Mudo, torpe, como um cão embriagado pela fumaça
Cumpriu a trajetória entre dois pontos secos, sem profundidade
Como o riso solto
Que vasa, explode e resseca
Sem alterar o ritmo do vazio
Ali, sentado, assustado permanece pálido
Talvez, com nó nas tripas e a goela seca
Os olhos não mais arqueados
Engolidos em lembranças de covardia
É hora de sentar a mesa
Melar o papel na tinta
Borrar o jorro desses dias mal comidos
Vomitar as ventosas
De sangue agora limpo. MC² - 09/2016
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