Quem me dera poder te acabar em meu corpo
Destruir cada reticência do seu silêncio
Desobedecer seus segredos
Matar gota a gota sua ansiedade na saliva
Quem me dera tê-lo exausto em gemidos
póstumo em meus braços
respiração saltitante entre o peito
sexo dissolvido em mar revolto
Quem me dera ter como minha; sua língua
a procurar a mesma comida
os mesmos fonemas e poesias
nem sempre ditas mas sempre ouvidas
Quem me dera dissecar cada víscera
Provar o fel dos seu fígado
conhecer seus medos e ressentimentos
me excitar mesmo no seu tormento
Quem me dera descascar sua pele
dedilhar pêlo a pêlo em sentidos
suar suas lágrimas em sorrisos
Vestir seu frio desnudar seu arrepio
Quem me dera ter sua essência em centímetros.
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