24/04/2017
Em 2013, após minha separação, uma amiga que
estava me dando suporte me chamou para sair um pouco, ir em uma balada, tomar
algo... ainda estava mal ... mas fui ... tão logo voltamos e dentro do taxi
falávamos sobre dar a volta por cima e sobre como ainda estava dolorido. O taxi
deixou ela na sua casa e quando fui sair do carro o rapaz, um moço até bonito e
simpático me pediu um beijo. Na verdade não foi tanto assustador o seu pedido
como talvez outra mulher poderia achar assedio e tal. Ao contrário, o
questionei, queria compreender o porquê daquele desejo repentino. Comecei dar
sermão dizendo que ele não precisava sentir dó de mim... e, assim, começamos a
conversar... fiquei imaginando que aquele era um truque do cara para pegar as
minas... mas em momento algum me senti objeto, evidentemente, tive medo mas
estava tão carente que acreditei naquele momento nas palavras dele. Por fim,
beijamos e nos pegamos dentro do taxi. Óbvio que esquentou o clima mas disse
que precisava entrar, trocamos telefone e assim o fiz. Fiquei com medo da minha
casa ser assaltada ou coisa do tipo mas ele me ligou e foi fofo. Alguns dias se
passaram e ele me convidou para tomar uma cerveja, neste dia me contou tudo.
Era casado mas seu relacionamento estava já no fim, rolava uma identificação
comigo certamente, o escutei sem julgamentos, afinal um turbilhão passava na
minha cabeça, não era capaz de acreditar nem desacreditar em nada. Nesse dia, o
clima esquentou um pouquinho mais, de cara percebi que o moço não estava tão
animado quanto eu. Mesmo assim, fomos para o quarto e nada. Já sem paciência mandei ele ir embora, fui
agressiva e grossa dizendo... “Eu só quero que você me coma se não é capaz vai
embora logo” e ele foi. Eu não quis mais vê-lo mas ele ainda insistiu durante
um tempo. Passado algum tempo recebo um telefonema era a mulher do cara.
“- Você não me conhece sou a fulana... sicrano me falou de você, disse que você é
psicóloga e que o escutou.... Eu estou te ligando para saber mesmo se rolou
alguma coisa entre vocês ... Nosso casamento não tá bem mas preciso saber...”
Imagina o bafo: Você está na pior,
acaba se envolvendo com taxista e a mulher descobre.
Covardemente, respondi que não tive
nada com ele, afinal, estava deprê pelo fim de um relacionamento e só
conversamos sobre isso. Lógico que depois o taxista me procurou para saber da
conversa, pedi para ele nunca mais falar comigo, não era mulher de se envolver
com homem casado... Meses depois ele me procura, dessa vez separado de vez, já
havia se mudado... Sem julgamentos aceitei aquela reaproximação amigável. Minha
intenção não era nada a não ser amizade, e assim o foi. Logo percebi que o cara
estava mais perdido que eu, tinha cocaína na parada, dívidas, muita agitação.
Ele como eu estava tentando preencher um vazio, buscava em mim um colo e
carinho, não duvido que houvesse admiração. Tentamos ficar juntos algumas vezes
e não foi tão ruim. Acabamos nos tornando amigos, me afastei quando sentia que
a vibe dele não estava boa mas ainda assim sempre mandava mensagens carinhosas
querendo encontrar. Quando fui pra França pedi que me levasse no
aeroporto. Um tempo depois nos
reencontramos, Carina uma amiga de Vespasiano estava em casa, fomos a um
restaurante mexicano no Belém, talvez tenha sido a última vez que nos encontramos
de verdade. Passados alguns anos o descobri no facebook, parece que está bem
como todos parecem estar. Ahhh mas a história não termina aí ...
Uma relação leva a justificativa de
término da outra. Não gostaria de começar a contar minha história com Ricardo
pelo fim mas ... talvez eu possa começar
Em 2014, consegui um emprego em uma
loja no shopping Cidade Jardim parecia que as coisas estavam melhorando. Ainda
nessa época usava muito o Tinder,
conheci Ricardo, lembro que a foto que me chamou a atenção, era ele na bike com
uma camiseta enrolada no rosto pra tampar o fedor da pista da Marginal
Pinheiros... Eu iniciei a conversa com um aceno estranho(nessa época adorava
experimentar conversas malucas nesse aplicativo)
- Glovsk !!!
E ele repondeu: “Bem vinda Maria!”
Foram 3 semanas de criação
fantástica poética. Chegamos em um grau de sinergia completa, considero que
criamos uma intimidade tão linda através das palavras que só elas nos bastavam,
foi uma relação de amor muito diferente e bela. A conversa na íntegra pode se
conferir no meu blog com o título “ Da mais pura beleza”. Um dia nos
encontramos, me frustrei um pouco por acha-lo baixinho e com uma cara de
menino. Naquela noite mesmo topei em ir para sua casa. Ricardo me lembrava o
Cris Micróbio um palhaço por quem me apaixonei as 19 anos, uma figura dessas que você só encontra
em literatura; sensível, criativo, poeta, desses que tem uma luz ... diferente.
Ficamos tarados um com o outro, depois de muito tempo um homem sentia tesão por
mim e era forte o que ele sentia... seu pau não era dos maiores mas foi o pau
mais duro que já comi. De tão duro ficava machucada... mas ainda assim a
lembrança que tenho era de conseguir uma troca muito gostosa na nossa intimidade
. Ricardo tinha cheiro de casa de vó e seu romantismo me encantava. Me acordava com o café na cama. Confesso que
minha cabeça ainda voava pensando em Gabriel e ainda doía muito. Sentia uma
espécie de ressentimento e raiva. É claro que contei minha história, desabafei
e chorei. Ricardo também estava separado há algum tempo (me contou que era 4
meses mas um tempo depois soube que era apenas 2 meses). Em pouco tempo se
relacionando, Ricardo já estava confuso... era final de ano...aquela melancolia
eu não queria ficar só. Ele se afastou dizendo que precisava ficar com sua
família que estava em sua casa passando férias. Eu compreendi e deixei que se
tempo fosse respeitado. Passado Natal sugeri para passarmos juntos o Réveillon,
não obtive resposta animadora, mas de repente Ricardo me convida para passar o
fim do ano em um sítio naturista, topei na hora.
Minha performance na loja durante o
Natal não foi boa, vendi pouco e tive que aguentar umas caras de cu... já
pressentia que algo ruim estava para acontecer. Quando saí da loja no dia 30
para o feriado sabia que eles me mandariam embora, mas a viajem estava
programada e depois de muito tempo estava feliz em passar o Réveillon como meu
namorado.
Foram dias maravilhosos ... com o
Ricardo tudo era diferente parecia que me conhecia há anos e estávamos
sintonizados na mesma frequência fora da Terra.
Nunca vou esquecer esses dias ... celebrar o ano que nascia pelados, com
todo mundo pelado... ainda posso sentir a luz desses dias de descoberta e
alegria.
Na volta, eu acabei sendo demitida
mesmo. Ricardo em alguns encontros estava estranho, discutimos algumas vezes.
Voltei a ser corretora de imóveis trabalhando nos fins de semana. Trabalhei em
um lançamento no carnaval. Ricardo me chamou para ir em um show no Largo da
Batata, disse que iria mas chegaria tarde por causa do trabalho. Já era 9:30 pm
quando consegui chegar com os meninos que moravam comigo no local marcado. Não
consegui falar com Ricardo e depois de um tempo o encontrei com outra menina.
Certo que estavam juntos, minha noite acabou, fui embora despedaçada. Ricardo
me ligou no dia seguinte pedindo desculpas e dizendo que iria para Curitiba
ficar com a família, ali estava acabado.
Um hiato até abril, uma noite senti saudades e enviei uma mensagem sem
ressentimentos dizendo que o amava e assim seria para sempre. Foi uma frase de
alívio como se eu quisesse que ele soubesse que estava desculpado... Voltamos a
conversar.... Ricardo quis me ver ... me convidou para ir no show do Amado
Batista em um arrasta pé ao lado da Praça 14 Bis. Foi uma noite de desejo e
alegrias .... fiquei bêbada rapidamente,
quando o show começou estava louca e pedi pra ir embora... Noite intensa,
matamos a saudade ... Pela manhã Ricardo estava estranho e eu o senti.
Confessou que olhou minhas conversas no whats app e viu uma mensagem de um
convite para ir para o Rio de um cara (o taxista da história anterior)... O
curioso era que eu realmente viajaria para o Rio para fazer um teste na Record
ou algo parecido mas não contei para ninguém nem gostaria que ninguém soubesse
porque não queria gerar expectativas...Coincidentemente recebi essa mensagem do
taxista que não o via há tempos. Tive que contar para Ricardo que não tinha
nada a ver, era uma coincidência, inclusive, contei quem era e como tinha
conhecido ele...Mais uma vez ser franca era me jogar pelo ralo. Ricardo criou
histórias ... e não acreditou em mim. Quando voltei, um dia pelo telefone disse
que não queria mais me ver ... e, assim, sem nenhuma novidade de como termina
as relações, terminou sem razão ... ou talvez ele tivesse razões porque alguns
dias depois, convidei pessoas para uma performance na Av. Paulista e ele
apareceu para fazer o registro em vídeo, trouxe uma amiga ... senti que havia
algo ali entre eles ... Ricardo mandou o material da edição e disse que se
desconectaria para sempre ... e assim o fez ... nunca mais soube nada a
respeito. Suspeito que ao saber a história do taxista tenha me julgado da
maneira mais machista e grosseira... tenho essa impressão, e acredito que foi o
que desencadeou seu desinteresse. Alguns
dias atrás sonhei com ele e foi bom.
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