sexta-feira, 31 de maio de 2024

Inferno Astral

  A semana foi foda. Um paciente meu morreu, fiquei péssima. Ainda não tinha passado por essa experiência. È doloroso carregar sorrisos, superações, desejos e crises de uma forma tão íntima. Foi uma semana de abandono. Putz muitos abandonos e rejeições. A minha melhor amiga me deu dois vácuos carpados, minha sobrinha conseguiu me fazer  bloqueá-la e minha irmã simplesmente trouxe meu pai de 89 anos para São Paulo e não me avisou. Assim vou seguindo avassalada pelo bicho solidão. 

Comecei uma nova terapia, contratei um novo gestor de tráfego e estou me aproximando do meu renascimento. A faxina tá braba esses dias, cortando tudo que não serve mais, É aquele momento borboleta. Sábado passado foi dia de encontrar com a metamorfose em asas. Ela se molhou e a socorri, a aconcheguei na minha pele e ela foi me investigando, curiosa. Sei que são mensagens, avisos de fins de ciclos. 

Foi a semana de reconhecer que tem pessoas queridas comigo. Lina parece ser dessas manas da eternidade. Ela me salvou na terça com um encontro profundo e carinhoso. Me alertou: 

- Você precisa desviciar seus pensamentos !





quinta-feira, 23 de maio de 2024

 Inferno astral só pode ou envelhecimento e solidão. 

Tô viciada em celular a minha melhor amiga faz aniversário hoje e desde segunda feira não responde nenhuma mensagem e olha que não é de hoje que me deixa a deriva . A gente acha que tem amizades que são pra vida toda mas quando percebe cadê ? Já foi .. conflitos de estilos de vida e essa coisa virtual da contemporaneidade. Eu particularmente respondo profissionalmente ou quando tenho real interesse. Quando é uma relação ou um contato que pouco me interessa respondo por educação. Por outro lado aprendi a responder as pessoas dentro das redes sociais. As vezes me pego pensando: 

Será que foi isso que me sobrou ?  Os amigos e seguidores virtuais? 

Como estou cansada das redes . Amo quando atendo e vejo pessoas reais é isso que me alimenta; encontros, músculos , pele, palavras ... 

Eu tenho saudade de ouvir : 

Vamos molhar as  palavras ! 


terça-feira, 21 de maio de 2024

  A conta é simples 



Hoje o passado é  maior que a probabilidade de futuro por isso é inevitável essa depressão 

Hoje vivo bem e acredito no meu trabalho e  na minha luta mas o medo da solidão aumenta.  Meu pai me mostra o quão é difícil envelhecer, ele luta para não depender de ninguém mas já depende. Imagina perder a autonomia? 

Imagina ter uma cabeça com inumeráveis vivências e não poder ser quem se é porque você não consegue fazer tudo sozinha ? 

EU TENHO MEDO DO FUTURO pela primeira vez penso nisso 

Eu vivi presente esses anos todos de uma forma honesta. Enfrentei os perrengues financeiros mas o nocaute foi emocional. 

Tenho mas motivos para alegrar-me e agradecer... Hoje atuar como psicóloga é um dos maiores prazeres. Quando estou atendendo é como se o tempo parasse e eu me sentisse ainda mais ser humano. Me alivia, me motiva, me renasce saber que sou necessária para aquela pessoa. Saber que o que as pessoas me compartilham  são tesouros que me enriquecem quando encontramos uma trilha possível. 

Na foto acima, decidi viajar sozinha para Bertioga, onde hospedei próximo a Guaratuba e esse chapéu foi um presente de Yemanjá que encontrei dentro do mar. Tive a certeza que será impossível não viver esse amor que tanto acredito. 

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Quando eu morrer tenho esperanças que encontrem em algum lixo digital esse diário. 

Ando colecionando umas histórias que são mais roteiros de filmes. Taí: crio cinema mesmo sem assistir nesses últimos anos. Minha mente é o streaming completo. 

Tô com tanta saudade do que fui. Vontade de sentir de novo os momentos bons. Esse febre não passa. Eu sei que pode levar mais tempo para vir a nova temporada. Eu só queria sentir de novo. Esses tempos de escola depressiva, estão cada vez menos criativos. É um esgotamento ! Parece não haver mais cartas na mão. Mas tem tanta coisa incrível acontecendo ...

O momento do assentamento, de ver  a casa de pé, os tijolos, de mirar envolta e saber que agora tem chão e solidão.