domingo, 18 de julho de 2010


Onde estaria aquela pequena alma com os fundos

olhos vidrados no teto?

O corpinho solto abandonado como se só dos olhos escapasse vida. Fixo, atencioso, girando lentamente o pescoço. Por que motivo a natureza escolhe uma tal diferença que exigi a dependência exclusiva de outro ser?

Havia desesperança no olhar daquela mãe segurando sua criança. Mas a menina boneca... delicada de shortinho, camisetinha, sapatinhos impecáveis, óculos densos, cabelos finos, boca de beijinho, nas mãos um tremular curioso de querer tocar as luzes daquele vagão mesmo sem poder mexê-las como uma criança que descobre o espaço se perguntando como é possível dependurar tantas coisas se o mundo visto de baixo? Do seu tamanho natural de quem é, naturalmente, criança pequena.

O aconchego da mãe era frouxo, deixando a menina mais leve e solta denunciando seu costume com a obediência excessiva da filha. E ela, a criança, menina, daquele colo parecia apenas tentar compreender os altos e seus suspensos ou, simplesmente, almejava a hora em que os anjos celestes a levaria dali com força e vigor para outro lugar em que sua alma pudesse encaixar em um corpo do seu tamanho.

Ali tinha alma demais para o tamanho da matéria. MC²

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