segunda-feira, 3 de outubro de 2016

COVARDE

A hora da chegada
É hora da partida
De tantos encontros e desencontros
Não houve saída que nos protegesse da chuva em nossas retinas

Silêncio do adeus

Mudo, torpe, como um cão embriagado pela fumaça
Cumpriu a trajetória entre dois pontos secos, sem profundidade
Como o riso solto
Que vasa, explode e resseca
Sem alterar o ritmo do vazio

Ali, sentado, assustado permanece pálido
Talvez, com nó nas tripas e  a goela seca
Os olhos não mais arqueados
Engolidos em lembranças de covardia

É hora de sentar a mesa
Melar o papel na tinta
Borrar o jorro desses dias mal comidos
Vomitar as ventosas
De sangue agora limpo. MC²  - 09/2016

Nenhum comentário: