domingo, 9 de novembro de 2008

TANA JURAS

Arrevoada de tanajuras, mortas, estripadas as asas.Milhares delas espalhadas pelo parque, pelas calçadas, ares, quase compondo um cortejo de juras despresunsoças numa tarde de domingo na ZL da cidade de São Paulo.
Com amor qualquer arte é um prazer...
Tantas juras, Juras ânimas, Jurar com tantas bundas de Tanajuras.
Comer aquela farofa baiana, antropofagiar essas formigas de pele vermelha e asas douradas.
Quero ser Tanajura!
Aí vou jurar que o amor é diferente em cada pedaço da pele,
Vou colocar óculos escuros pra enxergar fotografia sépia com névoa primaveril
Vou abrir asas para sustentar o peso do corpo no ar
Vou espremer a cintura pra que as mãos possam sentir melhor minhas curvas
Quando a vespertinidade abaixar, pouso ao lado do beco.
Onde as baratas fazem festa, excitadas.
De súbito, são surprendidas com a beleza das minhas asas.
Ainda assim, deseperadas querem apenas sugar todo meu paladar pra deflagarem a indigestão crônica a que se submetem.
Vou subir.
Não posso, roubaram minhas voadeiras douradas e a destruiram com suas patas infectadas de mórbido oléo de cozinha
Aproximam.
Agora querem fritar minha bunda
Não.
Calculo uma reta por onde devo me atirar em disparada nos próximos segundos
Miro bem as entradas e saídas
Cuspo no chão armando a defensiva.
Vôo. MC²




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