quarta-feira, 20 de maio de 2009

AMOR SEM MEDIDAS

Distraída, cheguei na estação do metrô, para variar, correndo e atrasada. Quando, de repente, me vi atrás de uma mulher muito grande com aproximadamente 2 metros de altura, loira, forte. Aquela figura era tão atraente que quase não dei conta que andava de mãos dadas com um rapaz de estatura mediana, evidentemente, muito mais baixo que ela. Flagrei que eram noivos. Desacelerei, entrei na fila do bilhete único e foi inevitável não observar aquele casal tão exótico, se é que posso chamar assim. Eles encostaram-se à parede ao lado da catraca. A super mulher atendeu o telefone enquanto o namorado abraçado em volta da sua cintura com a cabeça pendida sobre o seu seio aguardava carinhosamente e afagando-lhe a lombar. A moça desligou o celular atravessou os braços pelas suas costas, envolvendo-lhe quase que completamente assim como uma criança que é pega no colo para dar-lhe o peito e proteção. Tomando-lhe o queixo, começou a beijá-lo com celinhos estalados. O moço com o pescoço arqueado, apenas retribuía os beijinhos estático como uma maneira de adaptarem seus corpos para o obstáculo causado pela descompensação da altura, uma estratégia, aparentemente, já conhecida por eles. A moça ainda com a mão no seu queixo lhe recomendava algo, do tipo: "Não se esqueça de recolher a roupa limpa no varal". Ele apenas com um movimento assertivo com a cabeça, consentia obedientemente. A mulher então, pra finalizar, beijou-lhe a testa se afastando em direção a catraca. Passou o bilhete, seguiu. Ele permaneceu observando sua caminhada. Ela sumiu e ele num respiro, abaixou a cabeça, virou-se em movimento às suas atividades daquele dia.
Eu pude assistir o desenlace do encontro. Bonito. Recarreguei meu bilhete pensei nas diferenças que se encontram quando o amor acontece. Invejei as diferenças e me senti comum.

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