terça-feira, 11 de maio de 2010

Olhando agora as curvas do meu corpo parecem mais definidas. Ainda vejo seu corpo deslizando sobre elas, se encaixando nos meus quadris e sua língua procurando meu sexo líquido.

É lindo assistir nossa intimidade ser construída!

Na chegada uma tensão. A ansiedade, a desproteção, um querer tão grande. Mas é preciso esperar a bateria. Calma! O frio quer nos embalar pra sentir o sol de outono de Montevidéu. Somente quando a espera necessita para acalmar começamos a viagem.

Parada para matar a fome e a sede. Bocas que mordem cada pedaço com desejo de beijo, peito, coxa, língua, a vontade anima. Um chá meu senhor? Chá que transborda em partilha. Como co-pilota aprendo e você guia a direção com máxima atenção.

Não sei por que tanto me encanta o auto sobre as rodas girantes avançando distâncias em qualquer velocidade. Liberdade fugir para outras paisagens. É ela, a senhora liberdade sedutora, nos atiçando para uma grande aventura.

As curvas, a velocidade, o prazer em chegar onde se deseja. Nos dedos seu gosto, na saliva grossa sílabas de pura poesia. Ali na circunferência da cintura onde os corpos se apóiam, suas mãos... 80,100, 120 quilômetros por hora. Não há pressa. Suspiro.

No Cabo doce melancolia romântica.Pancho e Condor anti-heróis em quadrinhos cheios de histórias pra contar. Um jantar inesquecível, um apertadinho na hora de deitar que faz a diferença no jeito de amar. Lobos marinhos pra nos emocionar, a água para nos curar,

línguas para cambiar, experiências de humanidades tão diversas. A comida que não tem preço.A volta uma fotografia impressionista depois pé na pista.

Cidade!!! Porque mal nos acostumados a não viver sem ela? Família, amigos , sociedade, universidade, praças, ruas, ônibus, táxi, supermercado, a feira. Gente, povo, vida social organizada pela urbs. De que maneira nos tornamos tão “civilizados”?ou infernizados? O peso que a cidade tem em mim, mulher que ama e quer cuidar. Me bastaria agora a servidão, o gozo eterno, desfrutar a rotina como um louvor à Deus.

Mas ainda assim o tempo passa e rápido para quem ama. Principalmente quando há a distância.

Sem chão, sem aconchego, agora quase padeço. Parece um encantamento, estou aprisionada na floresta mágica dos contos de fada. No entanto, a matéria está aqui na cidade “Pedra de Selva” e cruzar a esquina é quase um estupro, aqui não se pode escolher muito a paisagem que se deseja ver, ou talvez, o olhar esteja viciado demais para perceber a beleza desse lugar. Quem sabe ainda o meu silêncio e a minha solidão companheiros insuperáveis dessa semana. Sua falta.

E as curvas do meu corpo... contornando sensações diferentes, alcançando novos espaços um tanto agredidas pelo tempo mas vigorosas na textura presente. Pouso minhas mãos na cintura, uma curva tão intensa e delicada, marcando nossas diferenças. Nela quero sempre sentir sua presença, de preferência me envolvendo nos seus braços quando dorme. Assim vou percorrendo a distância através das curvas, circunferências, arcos, alavancas ...

MC²


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